Pages

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Steve Jobs deixa a presidência da Apple

O presidente da Apple, Steve Jobs, anunciou oficialmente nesta quarta-feira (24) que está deixando o comando da empresa. O cargo de CEO será ocupado por Tim Cook, vice-presidente operacional e que comandou a empresa durante os períodos de licença médica de Jobs.

A saída foi anunciada por carta, assinada pelo próprio Jobs (leia a íntegra). Logo após o anúncio, as ações da Apple ficaram sem serem negociadas por alguns instantes. Na volta das negociações, já nos momentos finais do "after market", os papéis caíram 5,2%, para US$ 356,67.

O executivo estava em uma licença médica desde 17 de janeiro, mas as razões de seu afastamento não foram divulgadas. O empresário não citou a razão específica para deixar o cargo de diretor-executivo, mas sua saída era esperada por especialistas, em virtude de sua


Jobs, 56 anos, fundador da empresa e que voltou para comandar a Apple em 1997 após ter deixado a companhia em 1985, se submeteu a uma cirurgia para retirada de tumor maligno no pâncreas em agosto de 2004. No primeiro semestre de 2009 e em janeiro de 2011, o empresário tirou licenças médicas para cuidar da saúde. Em ambas as ocasiões, Cook ficou no comando da empresa criadora do iPhone e do iPad.

"A extraordinária visão e liderança de Steve salvou a Apple e a guiou para sua posição de empresa de tecnologia mais inovadora e valiosa do mundo", disse Art Levinson, membro do conselho, em um comunicado.

Com Jobs, a Apple deixou de ser uma empresa perto da falência em 1997 para se tornar, em agosto de 2011, a maior companhia de capital aberto do mundo. "O conselho tem total confiança de que Tim é a pessoa certa para ser nosso próximo CEO", acrescentou Levinson.

Jobs ajudou a fundar a Apple em 1976 e participou do lançamento de produtos como o Apple II e o Macintosh, que ajudaram a redefinir o conceito de computador pessoal. Após uma série de decisões precipitadas que o levaram a perder o comando da empresa, Jobs deixou a companhia em 1985.


No período em que esteve afastado, ele comprou a pouco lucrativa divisão de animação da Lucasarts e a transformou em uma nova companhia, batizada de Pixar. A empresa foi a responsável por sucessos do cinema como "Toy Story" e "Carros".

Em 1997, a Apple, em crise, comprou a empresa de computação criada por Jobs, a NeXT, e trouxe o fundador de volta. Desde então, construiu-se o mito de que Jobs era a força criativa e o salvador da Apple, uma empresa que é vista quase como uma religião por seus fãs-consumidores.

Em uma de suas primeiras atitudes de volta ao comando da companhia, Jobs fechou uma parceria com a eterna rival Microsoft, decisão que deixou usuários da marca questionando se haveria futuro para a Apple.
Havia, e muito além dos computadores pessoais. Após investir em design e reformular a linha Macintosh, a Apple encontrou ouro no setor de aparelhos portáteis de música. O iPod, que chegou ao mercado em 2001, revolucionou o mercado musical, afundando a venda de CDs e consolidando o MP3 e outros formatos digitais como o futuro da mídia.


Com o iPhone, em 2007, e o iPad, em 2010, mais duas mudanças significativas no paradigma de como as pessoas se relacionam com informações. O sucesso comercial absoluto dos dois produtos levaria a Apple a posto de maior empresa de tecnologia do mundo, superando no caminho a IBM - grupo que Jobs desprezava desde os tempos de faculdade - e a Microsoft, do rival - mas parceiro - Bill Gates.






Veja a íntegra do comunicado de Jobs:
"Ao Conselho de Administração a à comunidade da Apple
Eu sempre afirmei que se chegasse o dia em que eu não fosse mais capaz de cumprir minhas obrigações e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-los disso. Infelizmente, este dia chegou.
Neste momento eu abdico do cargo de CEO da Apple. Eu gostaria de servir, se o conselho assim achar compatível, como presidente do conselho, diretor e empregado da Apple.
Em relação ao meu sucessor, eu recomendo fortemente que nós executemos nosso plano de sucessão e que Tim Cook seja nomeado CEO da Apple.
Acredito que os dias mais inovadores e brilhantes da Apple estão adiante. E espero assistir e contribuir para este sucesso em uma nova função.
Fiz alguns dos melhores amigos da minha vida na Apple, e agradeço a todos vocês pelos muitos anos conseguindo trabalhar ao seu lado.
Steve"


Após o anúncio oficial de Steve Jobs de que está deixando o comando da Apple nesta quarta-feira (24), ficou a cargo de Tim Cook a responsabilidade de assumir a fabricante de computadores, tablets e smartphones no lugar do fundador da companhia.

Vice-presidente operacional, Cook já comandou a empresa durante os períodos de licença médica de Jobs.
"Pedi a Tim Cook para ser responsável pelo dia a dia das operações da Apple. Tenho grande confiança de que Tim e o resto da equipe de gerenciamento executivo vão fazer um ótimo trabalho de execução dos planos emocionantes que temos em vigor para 2011", disse Jobs no e-mail em que anunciou licença médica em janeiro deste ano.

Com 50 anos de idade, Cook, que desde 2005 ocupa o cargo de Chief Operating Officer (COO) entrou para a Apple em 1998 como vice-presidente de operações. Antes, ele trabalhou na Compaq e na IBM, onde atuou por 12 anos. Cook já substituiu Jobs durante sua ausência em 2009, quando teve que fazer um transplante de fígado e, em 2004, quando o CEO da Apple fez tratamento para um câncer no pâncreas.

De acordo com a Apple, Cook é responsável pelas vendas e pelas operações mundiais da empresa, incluindo gerenciamento da cadeia de produtos, atividades de vendas e serviço e suporte ao consumidor em diversos mercados e países.

Ele também lidera a divisão Macintosh e tem papel fundamental em desenvolver uma estratégia para os revendedores e varejistas.

Embora exista especulação sobre a ausência de Jobs pode representar para a Apple, uma das empresas de tecnologia mais valiosas do mundo, nos bastidores Cook já comanda a companhia. De acordo com a Bloomberg, ele já possui um papel fundamental para o funcionamento da Apple desde a licença médica de Jobs em 2009.

Desafios
Hoje, o herdeiro do comando da Apple precisa provar que seus instintos tecnológicos continuam tão aguçados quanto no momento em que optou por trocar a então poderosa Compaq, na época a maior fabricante mundial de computadores, pela Apple, que nos anos 90 mal conseguia se manter à tona.
"Minha descoberta mais significativa até agora na vida resultou de uma única decisão, a de trabalhar para a Apple", disse Cook no ano passado. "Trabalhar na Apple jamais constou dos planos que fiz para minha vida, mas sem dúvida alguma foi a melhor decisão que já tomei."

Mas o que a maioria dos investidores deseja saber é se ele tem o mesmo instinto de Jobs para antecipar aquilo que os consumidores desejam antes que eles mesmos o saibam.
Pessoas que conhecem Cook ou trabalharam com ele nas duas últimas décadas se referem ao executivo em tom de reverência, empregando adjetivos como "brilhante" e "fenomenal".
Decisão instintiva

A chegada de Cook à Apple se tornou parte da lenda da companhia. O "Wall Street Journal" publicou que Jobs, que voltou à empresa para tentar salvá-la do naufrágio, havia recusado diversos candidatos ao posto de maneira caracteristicamente brusca e, em um dos casos, abandonando a entrevista no meio.

Segundo Cook, os dois simpatizaram um com o outro de imediato, e isso o levou a tomar sua decisão. "Eu decidi escutar a minha intuição e não o lado esquerdo do cérebro."

A despeito da simpatia instantânea, Jobs e Cook não poderiam contrastar mais. Enquanto Jobs é famoso pelo temperamento explosivo --costuma demitir subordinados na hora--, Cook é descrito como simples e cordial.

Enquanto Jobs é conhecido por seu interesse em comida vegetariana e questões espirituais, Cook nasceu no Alabama, é torcedor do time de futebol americano da Auburn University e fanático por exercícios físicos.

E enquanto Jobs desfrutou de fama semelhante à de um astro pop no início da carreira, como pioneiro da era da computação, o discreto Cook trabalhou por anos na obscuridade, um especialista em assuntos operacionais que se tornou o principal subordinado em uma das empresas mais famosas do mundo.

Ele criou uma reputação como gênio operacional, e recebe crédito por ter ajudado a reanimar a Apple depois da severa queda que a empresa sofreu nos anos 90, e transformá-la no que é hoje.

Há quem diga que as realizações de Cook, entre as quais o comando da divisão Mac, que voltou a crescer, demonstram que ele é mais que um especialista em questões de cadeia de suprimento.(via G1 e Gizmodo Brasil)

0 comentários:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...